Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indicou que 46% dos homens acima de 40 anos só procuram o médico quando precisam. Mas o urologista trirriense, Dr. Ivson Ribas, relatou que houve um aumento significativo em seu consultório, de homens em busca do diagnóstico precoce. Acompanhe a primeira matéria dessa série de reportagens especiais sobre o Novembro Azul, mês de conscientização do câncer de próstata.

Dr. Ivson participou do programa “Manhã Show” no último sábado (8), na rádio FM 107, para tratar sobre esse assunto tão importante na vida dos homens.

Com quase 40 anos de experiência, ele lembra que, no início da carreira, só se encontrava pacientes com tumor avançado. Geralmente, eles já chegavam no consultório com metástase (processo quando o câncer se espalha para outras partes do corpo). No entanto, essa situação tem sido menos comum nos últimos anos.

“Hoje, raramente eu encontro um paciente com metástase, acontece, mas é muito raro. Os métodos de diagnósticos melhoraram e já detectam na maioria dos pacientes de forma muito rápida; o conhecimento e a educação da população melhoraram. Então, hoje, a gente tem uma procura bastante significativa por parte dos homens”, explicou.

Apesar da evolução desses diagnósticos precoces, o médico ressalta que ainda há muito o que melhorar.

“Há 20 anos, o número de homens que chegavam no meu consultório buscando exames preventivos não chegava a 10%. Atualmente, esse número ficaria aproximadamente entre 25% a 30% ao decorrer do ano. Há uma procura maior nesse período, por conta da mobilização do Novembro Azul, mas durante o ano inteiro temos procura, embora, claro, ainda precise melhorar. Isso tem avançado no nosso meio, nós estamos falando de uma região do Sudeste, em que nós temos um nível educacional melhor. Nos rincões do país, a situação é diferente” – abordou Dr. Ivson.

Em relação ao levantamento divulgado pela pesquisa da SBU, em que menos de 50% dos homens acima de 40 anos procuram ajuda médica apenas quando detectam um sintoma, número que sobe para 58% entre os que utilizam apenas o SUS. O Dr. Ivson Ribas, no entanto, avalia que essa não é a realidade observada na região Sudeste.

“Esse tipo de pesquisa é feito da Amazônia até o Rio Grande do Sul e pega toda massa de homens para fazer essa análise. Quando a gente pega regiões isoladas, como Sul e Sudeste, é totalmente diferente do que Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Eu posso dizer porque eu estudei o Brasil, ao longo da minha vida eu conheci o sertão mineiro, o sertão nordestino, a região Centro-Oeste, amazônica, lógico que não tudo, mas algumas partes; você vê a população com níveis de educação muito baixo, pessoas que não tem acesso à absolutamente nada. Eles não têm acesso nem à informação, quem dirá à serviço de saúde. Isso muda totalmente”, ressaltou.

Como se prevenir?

Durante a sua entrevista, o urologista alertou que a melhor prevenção é manter uma vida saudável e ter cuidado com bebidas alcoólicas: “Tem duas substâncias no mundo que são sabidamente cancerígenas – tabaco (cigarro) e álcool”. Além de manter uma alimentação que não seja rica em gorduras e fazer atividades físicas regularmente.

“Tem duas substâncias no mundo que são sabidamente cancerígenas: tabaco (cigarro) e álcool”

Sintomas:

Quando o cuidado preventivo não acontece, o corpo costuma dar sinais de alerta. Saiba quais são os sintomas mais comuns que devem levar o homem a procurar um especialista.

“A próstata cresce e o paciente começa a ter sintomas de obstrução urinária, começa a ter um jato urinário fraco; um gotejamento que custa terminar, o jato vai caindo, caindo, e depois fica gotejando; às vezes ele precisa urinar em dois tempos, ele urina e parece que está satisfeito, mas precisa voltar para terminar. Um paciente que urina, fica com a sensação de que a bexiga não esvaziou completamente e precisa levantar várias vezes a noite para esvaziar a bexiga. São sintomas comuns, tanto da hiperplasia prostática benigna, tanto do câncer de próstata, e não se deve esperar nunca os sintomas. Se você esperar para ser avaliado quando tiver os sintomas, e se você tiver com o câncer, você certamente perdeu o tempo de uma doença inicial. Nós não devemos esperar os sintomas para o câncer de próstata, porque o sintoma é tardio, a doença é tardia”, alertou.

Câncer de próstata tem cura?

Os avanços da medicina também transformaram a forma como o câncer de próstata é tratado. Hoje, os procedimentos são mais precisos, os efeitos colaterais diminuíram e o acompanhamento é cada vez mais individualizado.

“O câncer de próstata, diagnosticado precocemente, ele atinge níveis muito altos de cura, posso falar, facilmente, entre 90% e 98% de cura. Isso existe quando a gente consegue detectar esse tumor ainda em uma fase local, em que ele está crescendo”, finalizou.
Encerrando essa primeira matéria da série de reportagens especiais sobre a conscientização do câncer de próstata, o urologista reforçou a importância de o homem se cuidar e se prevenir. Para ele, o primeiro passo da prevenção começa com informação e atitude.

Dr. Ivson Ribas atende na Clínica Gastromed; em seu consultório, no Edifício Profissional Santa Izabel; e opera os pacientes no pós-clínica do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios.

No próximo episódio, a FM 107 vai contar a história do senhor Ilido Fernandes, que conseguiu vencer o câncer de próstata!