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De Três Rios para o mundo – de volta ao futebol brasileiro. Aos 34 anos, o trirriense Guilherme Marques reencontra os gramados nacionais, após passagens por Portugal, Polônia, Itália, Turquia e China. O jogador vive um novo momento, agora com a camisa do Mirassol, sensação do Campeonato Brasileiro, com 46 pontos em 27 jogos, ocupando a 4ª colocação.
Guilherme começou atuando no Paraíba do Sul e aos 18 anos recebeu a chance de mostrar todo seu talento na Europa. O seu primeiro destino foi as categorias de base do Braga, em Portugal, onde precisou amadurecer muito cedo para lidar com a distância de casa e o desafio de se firmar em um novo continente. “Foi uma experiência muito legal, apesar de ser muito novo. Ir para um país europeu me fez crescer muito e adquirir uma maturidade que me ajudou demais no futuro” – afirmou Guilherme Marques em entrevista exclusiva à Rádio FM 107.
O trirriense destaca que sempre foi apaixonado e obstinado por futebol, costumava jogar nas quadras e campos do bairro Purys, depois na escolinha de futsal do Cidclei Pacifico, ou popular tio Cid, no CAER. “Eu costumo dizer que nunca é fácil ser profissional em qualquer esporte ou profissão, requer muito sacrifício, mas quando se ama o que faz é sempre prazeroso. ”
Na temporada 2014/15, o meio-campista foi emprestado pelo Gil Vicente ao Legia Varsóvia, da Polônia. No ano seguinte, o clube o comprou em definitivo. Foram cinco anos no cenário polonês, tempo suficiente para se tornar ídolo da torcida. O jogador considera que jogar lá foi um divisor de águas em sua carreira, sendo a equipe em que mais jogou e a que mais conquistou títulos. Lá, ele venceu quatro vezes o Campeonato Polonês e três a Copa da Polônia.
Guilherme ainda complementou dizendo que Legia é o clube do seu coração e que é um prazer imenso ter ficado marcado na história da equipe de Varsóvia.
Um jogo que torcedores legionários (como são chamados) devem lembrar com carinho até hoje é o empate contra o Real Madrid por 3×3, na Polônia, na fase de grupos da Liga dos Campeões 2016/17. O cenário era que o time espanhol, que consequentemente foi o campeão daquela edição, abriu 0x2, mas o jogador trirriense não deixou que eles saíssem com a vitória. Resultado: deu a assistência para o primeiro gol e foi fundamental para a sua equipe virar o jogo para 3×2 (e acabaram tomando o gol de empate nos minutos finais). Assim, quando fora entrevistado pela ESPN, a respeito desse assunto, Guilherme destacou: “Foi muito marcante, porque foi um resultado que ninguém esperava. O Real tinha Cristiano, Benzema, Bale, kroos, Modric, Casemiro. Uma Seleção! Perto do nosso time, com orçamento tão baixo, não tinha nem comparação. Por isso que foi tão legal a partida que fizemos”, salientou.
Posteriormente, o brasileiro teve uma breve passagem pelo Campeonato Italiano, disputando 12 partidas com o Benevento, e depois, foi jogar no futebol turco. Na Turquia, teve passagens pelo Yeni Malatyaspor, Goztepe e Trabzonspor, pelo qual conquistou uma Copa da Turquia, na temporada de 2019/20. “Turquia também é um país que me identifiquei muito, eles amam o futebol tanto quanto os brasileiros, ter sido campeão lá também foi marcante porque quebramos um jejum de 10 anos no Trabzonspor e foi muito especial.” – comentou à rádio.
Guilherme também contou sobre o que lhe fez deixar a China e acertar com o Goiás, em sua primeira passagem pelo Brasil. “Eu tinha mais um ano de contrato na China, mas houve um problema com a empresa que controlava o clube e eles decidiram fechá-lo. Então já estava em março e o Brasil era uma das poucas janelas de transferências que ainda estavam abertas e aí surgiu a oportunidade de ir para o Goiás jogar o Campeonato Brasileiro, e eu gostei da ideia, até porque era a primeira vez. “
Dessa forma, disputou 30 jogos e marcou sete gols, além de sete assistências, considerando Brasileirão e Copa Sul-americana. Após isso, o meio-campista decidiu retornar à China e assinou com o Changchun Yatai.
Porém, uma lesão no ligamento do joelho o afastou dos gramados por mais de um ano. Quando se recuperou, o Changchun enfrentava uma limitação na janela de transferências, o clube só podia alterar um jogador estrangeiro no elenco, e uma grave lesão de um companheiro de outra posição acabou pesando na decisão. Diante do cenário, Guilherme e a diretoria optaram por rescindir o contrato e encerrar o ciclo na China. Coincidentemente, o roteiro se repetiu. Nas duas passagens pelo país, o atleta ainda tinha um ano de contrato a cumprir, mas fatores externos o levaram a encerrar o vínculo antes do previsto.
E assim foi feito! No dia 8 de setembro de 2025, o jogador foi anunciado pelo Mirassol. Mas antes de vestir a nova camisa, Marques precisava vencer outra batalha — a de voltar a fazer o que mais ama; já que não entrava em campo desde maio de 2024. O retorno, segundo ele, foi “gratificante demais” e disse que se preparou muito para viver esse momento novamente.
Foto: Adolfo Lima/ Agência Mirassol
O novo camisa 12 do Leão aproveitou a entrevista para abordar sobre a boa fase que vive sua equipe e acredita que tenham tudo para brigar e buscar uma classificação para a Libertadores, ao final da temporada. “É continuar trabalhando” – acrescentou.
Na última partida antes da Data Fifa, o Mirassol venceu o Fluminense por 2×1 e Guilherme Marques abriu o placar, marcando seu primeiro gol pelo clube. Guilherme relembrou os tempos de Goiás, quando jogou ao lado do Alesson Batista, e explicou sobre a assistência que recebeu dele: “Ele sabe que nestas bolas cruzadas eu sempre chego na área naquela posição, então fomos felizes de a jogada ter dado certo. “ – destacou o jogador.
Essa vitória garantiu que o Mirassol mantivesse sua invencibilidade em casa, sem saber o que é perder (em competições nacionais) há mais de um ano. O atleta comentou sobre essa grande campanha que seu clube vem fazendo, logo no primeiro ano na elite do futebol brasileiro, afirmando ser marcante. “O time já era dado como rebaixado antes mesmo do campeonato começar e hoje está no g4 de um campeonato tão competitivo que é o campeonato brasileiro, então é um ano para ficar na história. “, concluiu.
Por fim, segundo dados do r10score, realizado há dois meses atrás, a equipe paulista tinha o seguinte aproveitamento: dos 45 gols marcados, 11 foram de bola parada, sendo o décimo terceiro time que mais marcou. Guilherme abordou sobre bola parada ser um dos seus pontos fortes e como pode contribuir com suas habilidades para o time. “Eles me conhecem e a gente treina sempre, mas o clube tem ótimos cobradores também, está bem servido.” – finalizou o jogador, à Rádio FM 107.
Hoje, mais maduro e recuperado, o trirriense Guilherme Marques mostra que a paixão que nasceu nos campos do Purys continua viva, agora, brilhando no cenário nacional com a camisa do Mirassol.