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A cada semestre os criadores de gado tem um compromisso certo: comprovar a vacinação contra a brucelose das bezerras, com idade entre 3 e 8 meses. Essa obrigação faz parte do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose Animal – PNCEBT, instituído pela Instrução Normativa n° 2, de 10 de janeiro de 2001. Em Três Rios, segundo estimativas do Núcleo de Defesa Agropecuária, o índice vacinal contra a brucelose chega a 69,2%, superando o índice do estado (54%), mas ainda abaixo da meta.
Vacinação
Atualmente, Três Rios possui uma população bovina de 15.998 animais, pertencentes a 126 produtores, cadastrados em 116 propriedades. Desse total, 1.310 bovídeos estão na idade vacinal para brucelose. Até agora, de acordo com o Núcleo de Defesa Agropecuária, já foram vacinados 907 animais, o que dá um índice vacinal de 69,2%.
Na avaliação do chefe do Núcleo de Defesa Agropecuária, Mathias Mintelowsky, o principal desafio na vacinação dos bovinos contra a brucelose (apenas as fêmeas são vacinadas) é mudar a mentalidade dos produtores rurais. “Precisamos mudar essa consciência e fazer com que o produtor entenda que tem que vacinar não só porque estamos cobrando, mas sim porque é necessário vacinar para evitar a disseminação da doença”, destaca.
Objetivos
Desde 2024, o Estado do Rio de Janeiro é declarado livre da febre aftosa sem vacinação. Sobre o assunto, Mathias considera essa uma grande vitória e complementa ao informar que a partir deste resultado, a vacinação contra a brucelose virou o carro-chefe do Núcleo e que para os próximos anos, a meta é que o índice vacinal alcance os 80%.
“Nós queremos chegar a 80%, no mínimo, do índice vacinal. Aí nós vamos começar a trabalhar na erradicação da brucelose. Primeiro, precisamos manter esse nível 80% por um tempo. Isso [a erradicação da doença] é possível, pois Santa Catarina é um estado livre de brucelose e se eles conseguiram, nós também podemos conseguir”, finaliza.
Consequências da não vacinação
A vacinação contra a brucelose é obrigatória para todas as bezerras bovinas e bubalinas, com idade entre 3 e 8 meses. Os imunizantes aprovados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária são a B19 e a RB51 – esta última utilizada em bezerras acima dos 8 meses. A aplicação deve feita por um médico veterinário cadastrado pelo Serviço Veterinário Estadual. Uma única aplicação vale para toda a vida do animal.
Outro passo importante é comprovar a situação vacinal dos animais por parte do proprietário, uma vez por semestre, através de um atestado emitido pelo médico veterinário cadastrado. Esse comprovante deve ser apresentado ao Núcleo de Defesa Agropecuária.
Segundo a Emater, o produtor rural que não vacinar as bezerras no período estipulado poderá ser autuado pelo Núcleo de Defesa Sanitária. Também será mais difícil conseguir o Guia de Trânsito Animal (GTA), documento oficial para transporte animal. Nele constam informações essenciais sobre a rastreabilidade (origem, destino, finalidade, espécie, vacinações, entre outros).
Caso seja comprovada a infecção pela doença, haverá prejuízos financeiros para o produtor, pois o leite poderá ser descartado. No caso do abate, também é prevista a redução no valor de mercado do animal, além de medidas auxiliares para garantir que o abate não cause contaminação.
O que é a brucelose bovina e como ela pode ser transmitida?
Trata-se de uma doença causada pela bactéria Brucella abortus, que ataca bovinos, equinos, suínos, mas que pode ser transmissível para o homem. Ela se destaca por causar o aborto de bezerros a partir do sexto mês de gestação, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, corrimento vaginal, inflamação das articulações e inflamação dos testículos.
A brucelose é facilmente transmitida, já que os hábitos dos bovinos em lamber os bezerros após o parto ou mesmo de lamber as genitais pode ser uma forma de transmissão. Já com os humanos, a infecção pode se dar através do contato com restos fetais, manipulação de animais mortos e contaminados, consumo de carne, leite e derivados.
Nos seres humanos a brucelose pode causar febre, mal-estar, sudorese noturna e profunda, perda de peso, fraqueza, dores entre outros sintomas. O tratamento deve ser iniciado o mais breve possível para evitar que os sintomas se tornem crônicos.
Vale destacar que o tratamento da brucelose em humanos é feito com antibióticos e oferecido gratuitamente na rede do SUS.